Assim que ele concluiu sua fala, os adolescentes e jovens passaram a entrevistá-lo:
“_ No que você se inspirou para escrever esse livro?”
“_ Por que um bem-te-vi e não outro pássaro?”
“_ Alguém o incentivou a ser escritor?”
“_ Quanto tempo levou para escrever este livro?”
“_ Pensa em escrever histórias com outros animais?”
“_ No livro, o bem-te-vi era rejeitado pelos outros. Gostaria de saber se o senhor tentou abordar o bullyng nas escolas?”
“_ Quais os livros para adultos que escreveu?”
“_ Por que a missão do bem-te-vi era mostrar aquele tesouro”.
“_ Qual foi seu primeiro livro?”
“_ Qual foi o seu livro que fez mais sucesso?”
“_ Pretende escrever mais livros para crianças?”
“_ Lá em Sambaqui, nós vimos muitas pedras gravadas. O senhor pretende escrever um livro com algumas histórias sobre o Sambaqui?”
Flávio respondeu a todas as questões de forma instigante para os jovens. Disse que sempre quis escrever para crianças; mas queria escrever alguma coisa que levasse à criança ao universo mais simples: a natureza, os familiares. Revelou que o personagem já veio com esta característica, um bem-te-vi gago. Por isso, tinha que ser esse passarinho, pois outro não daria para saber que era gago. Contou a eles que não houve uma decisão de ser escritor, mas o gosto pela palavra escrita. “Tudo começou pelo gosto pela palavra. Todo escritor é antes um leitor”. O convidado falou sobre sua vontade de escrever mais três livros nesse formato, mas que tem outros projetos também, “sempre explorando a coisa simples, natural, no intuito de despertar o gosto por aquilo que muitas vezes é deixado de lado no mundo de hoje”. E ainda revelou que o escritor escreve para criança, para voltar a ser criança. “Ele tem que entrar no espírito do livro que ele está escrevendo para criança, como se ele fosse uma criança. Ele usa, naturalmente os recursos que ele tem, mas a cabeça dele tem que ser a cabeça de uma criança”. E citou o escritor francês Gustave Flaubert, para ilustrar sua afirmação de que “tudo aquilo que o escritor inventa é verdade”, por que, diz Flávio, “ele cria, baseado na experiência que ele tem da vida”. Quanto ao bullyng, Flávio disse que tentou “mostrar que as diferenças devem ser respeitadas”.
Nossos sinceros agradecimentos ao escritor Flávio José Cardozo por ter-nos dado a honra de encerrar os encontros do projeto com uma significativa mensagem sobre o papel do escritor e a importância da leitura para a vida das pessoas. Mais que isso, de procurar mostrar que as coisas mais simples da vida, como a amizade, a convivência com familiares, a natureza, o respeito e a solidariedade são nosso maior tesouro. Nas palavras de Bem-Bem: “VIVER VERDADEIRAMENTE BEM SÓ VIVE QUEM FAZ O BEM”, como lembraram os alunos ao final da entrevista.
PARABÉNS às professoras Salete e Heloísa e à bibliotecária Lidyani por mais esse trabalho de mediação de leitura, que ficará guardado na memória de cada uma das pessoas presentes.
fui contemporâneo do Flavio em Tubarão por volta de 1955 e gostaria de saber como posso me comunicar com ele.
ResponderExcluirsylésio soares