A alegria estava no ar no dia 20
de setembro: livros, corações, quadrinhas, paixões, desenhos, literatura de
cordel, sorrisos, risadas, brincadeiras, cores e muita descontração e alegria
contagiaram todo o ambiente preparado para receber a convidada especial.
Logo que chegou à Escola Básica
Batista Pereira, a escritora Eliane Debus foi apresentada ao ambiente literário
da unidade educativa. Primeiro ela conheceu a biblioteca, um lugar acolhedor e
visivelmente motivador da leitura. Um ambiente renovado pela energia positiva
do bibliotecário Francisco e da supervisora Raquel, com o apoio das colegas
Eraci e Didina. Ah! E não dá para deixar de falar da Bernunça Literária que é
um convite ao leitor.
O encontro até poderia ter sido
realizado ali, mas as professoras Edésia, Patrícia, Andréia, Nicole e Lucia
Helena, além da auxiliar de ensino de sala informatizada Elika, prepararam
muito mais. Criaram todo um clima de alegria e festa para receber a autora de É tempo de Pão-por-Deus.
Ao entrar na sala decorada com as produções das crianças, Eliane abriu um sorriso, parecendo mais uma delas. E o melhor da festa ainda estava por vir.
Enquanto a convidada lia as
quadrinhas em exposição, as turmas 21, 22 e 32, pela manhã, e 23, 24 e 34, à
tarde, foram entrando.
Assim que os estudantes se
acomodaram, a escritora se apresentou e, invertendo o jogo, questionou-os: “_Vocês
já conheciam Pão-por-deus?”
Em coro, responderam que sim, que
até haviam feito para presenteá-la.
Então Eliane perguntou: “_ Quem
nasceu em Florianópolis e quantos conheciam a tradição do pão-por-Deus antes da
leitura do livro.”
A resposta não foi surpresa para
ela. A maioria era de nascidos em Florianópolis, entretanto, somente um
conhecia a tradição antes da obra.
E ela própria revelou a eles: “_
Eu conheci aqui em 1991 com uma professora que trabalhei na escola da Costeira.”
“_ Vamos parar de brincadeira...
tem perguntas... vamos começar?”
Sim, claro que havia muitas
perguntas habitando as mentes curiosas ali presentes e logo foram colocadas
para a escritora. Eliane, por sua vez, parecia se divertir mais que seus
entrevistados.
A entrevistada escolhia uma delas
e pedia para que seus donos se apresentassem antes de fazer a pergunta.
Assim, chamava-os pelo nome e dava
a palavra a cada um com muita atenção.
Assim muitas curiosidades foram
satisfeitas ali, como estas que são apenas uma amostra:
“_ Como te deu essa idéia de
fazer o pão-por-deus? Quantos livros você fez? Como você pinta o livro? Por que
você decidiu ser escritora? Voce já fez pão-por-deus? O que você seria se não
fosse escritora? Tem mais alguém na sua família que é escritora?...”
Eliane respondia a todas as
questões com muito respeito pelas crianças, ao mesmo tempo com seriedade e
descontração.
Ela contou que é professora e
também escritora; que já trabalhou em escolas, agora trabalha na UFSC, com
formação de professores e percebeu que suas alunas não conheciam o pão-por-deus.
“_ Por isso, para que não se
perdesse essa tradição, eu escrevi a história em um livro, para que elas dessem
continuidade com seus alunos. Eu pensei que não queria fazer um livro sisudo e,
se eu escrevesse essa história para crianças, as professoras também iriam ler”.
Mais um dedo levantado. Não é uma
pergunta: “_ Nós queremos fazer um pedido: conta a história pra nós?” (fala
Lanai)
E todos respondem fortemente:
NÃO!!!
A sala ficou em silêncio total e
a leitura da narrativa, interpretada pela voz do coração da autora, transportou-nos
para a conversa entre duas gerações, a netinha de seis anos e a avó de 70. Foi
como se todos estivéssemos vendo as personagens do livro dialogando.
À tarde, quando as crianças passaram a fazer as perguntas, além daquelas realizadas no período da manhã, surgiu outra: “_ Você escreve para todas as escolas?”
E aí a autora respondeu: ‘Eu
escrevo para vocês, meus leitores, participo do Clube da Leitura, que faz
formações para professores, bibliotecários ... Eles escolhem os autores
catarinenses e levam para as escolas. Meus livros não estão em todas elas, mas
aos poucos vamos plantando a sementinha. Quem sabe, um dia, é tempo de pão-por-Deus.”
Uma outra pergunta chamou a
atenção: “_ O que tu sentes quando estás escrevendo um livro?
E a escritora: “_ A gente sente
muitas coisas, por mais que a história seja pequenininha, dá prazer. O prazer
de escrever, o prazer da escrita das palavras. Eu escrevo o rascunho várias
vezes, e quando o passo a limpo mudo a palavra, repenso o livro. Como diz Roberto Carlos, “são tantas emoções”.
Qual será seu próximo livro?
Tenho uma idéia de escrever sobre
Cacumbi – uma tradição afro-brasileira. Já que escrevi sobre a tradição
portuguesa (pão-por-Deus).
O encontro encerra-se com
presentes à autora e pedidos de abraços, fotos e autógrafos.
PARABÉNS aos articuladores do
projeto Clube da Leitura, Raquel e Francisco por mais essa contribuição
marcante para a história de leitura daqueles que tiveram o privilégio de
participar desse agradável encontro.
Nossos sinceros agradecimentos à escritora Eliane Debus por
sua carinhosa visita e pela importante parceria com o projeto.
Que maravilhoso!! Com certeza muito enriquecedor! Parabéns à escola e ao Clube da Leitura por oportunizar que projetos como este estimulem a leitura em nossos alunos.
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