quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A alegre visita de Eliane Debus à E.B. Batista Pereira


A alegria estava no ar no dia 20 de setembro: livros, corações, quadrinhas, paixões, desenhos, literatura de cordel, sorrisos, risadas, brincadeiras, cores e muita descontração e alegria contagiaram todo o ambiente preparado para receber a convidada especial.
 
Logo que chegou à Escola Básica Batista Pereira, a escritora Eliane Debus foi apresentada ao ambiente literário da unidade educativa. Primeiro ela conheceu a biblioteca, um lugar acolhedor e visivelmente motivador da leitura. Um ambiente renovado pela energia positiva do bibliotecário Francisco e da supervisora Raquel, com o apoio das colegas Eraci e Didina. Ah! E não dá para deixar de falar da Bernunça Literária que é um convite ao leitor.

O encontro até poderia ter sido realizado ali, mas as professoras Edésia, Patrícia, Andréia, Nicole e Lucia Helena, além da auxiliar de ensino de sala informatizada Elika, prepararam muito mais. Criaram todo um clima de alegria e festa para receber a autora de É tempo de Pão-por-Deus.

 Ao entrar na sala decorada com as produções das crianças, Eliane abriu um sorriso, parecendo mais uma delas. E o melhor da festa ainda estava por vir.
Enquanto a convidada lia as quadrinhas em exposição, as turmas 21, 22 e 32, pela manhã, e 23, 24 e 34, à tarde, foram entrando.
 
Assim que os estudantes se acomodaram, a escritora se apresentou e, invertendo o jogo, questionou-os: “_Vocês já conheciam Pão-por-deus?”
Em coro, responderam que sim, que até haviam feito para presenteá-la.



Então Eliane perguntou: “_ Quem nasceu em Florianópolis e quantos conheciam a tradição do pão-por-Deus antes da leitura do livro.”

A resposta não foi surpresa para ela. A maioria era de nascidos em Florianópolis, entretanto, somente um conhecia a tradição antes da obra.
E ela própria revelou a eles: “_ Eu conheci aqui em 1991 com uma professora que trabalhei na escola da Costeira.”

“_ Vamos parar de brincadeira... tem perguntas... vamos começar?”

Sim, claro que havia muitas perguntas habitando as mentes curiosas ali presentes e logo foram colocadas para a escritora. Eliane, por sua vez, parecia se divertir mais que seus entrevistados.
Como em um jardim florido, várias mãozinhas esperavam ansiosas para falar.
A entrevistada escolhia uma delas e pedia para que seus donos se apresentassem antes de fazer a pergunta.

Assim, chamava-os pelo nome e dava a palavra a cada um com muita atenção.

Assim muitas curiosidades foram satisfeitas ali, como estas que são apenas uma amostra:
“_ Como te deu essa idéia de fazer o pão-por-deus? Quantos livros você fez? Como você pinta o livro? Por que você decidiu ser escritora? Voce já fez pão-por-deus? O que você seria se não fosse escritora? Tem mais alguém na sua família que é escritora?...”

Eliane respondia a todas as questões com muito respeito pelas crianças, ao mesmo tempo com seriedade e descontração.
Ela contou que é professora e também escritora; que já trabalhou em escolas, agora trabalha na UFSC, com formação de professores e percebeu que suas alunas não conheciam o pão-por-deus.
“_ Por isso, para que não se perdesse essa tradição, eu escrevi a história em um livro, para que elas dessem continuidade com seus alunos. Eu pensei que não queria fazer um livro sisudo e, se eu escrevesse essa história para crianças, as professoras também iriam ler”.


Mais um dedo levantado. Não é uma pergunta: “_ Nós queremos fazer um pedido: conta a história pra nós?” (fala Lanai)
E Eliane: “_ mas vocês já leram o livro, não vão se cansar?”
E todos respondem fortemente: NÃO!!!

A sala ficou em silêncio total e a leitura da narrativa, interpretada pela voz do coração da autora, transportou-nos para a conversa entre duas gerações, a netinha de seis anos e a avó de 70. Foi como se todos estivéssemos vendo as personagens do livro dialogando.




 À tarde, quando as crianças passaram a fazer as perguntas, além daquelas realizadas no período da manhã, surgiu outra: “_ Você escreve para todas as escolas?”

E aí a autora respondeu: ‘Eu escrevo para vocês, meus leitores, participo do Clube da Leitura, que faz formações para professores, bibliotecários ... Eles escolhem os autores catarinenses e levam para as escolas. Meus livros não estão em todas elas, mas aos poucos vamos plantando a sementinha. Quem sabe, um dia, é tempo de pão-por-Deus.

Uma outra pergunta chamou a atenção: “_ O que tu sentes quando estás escrevendo um livro?

E a escritora: “_ A gente sente muitas coisas, por mais que a história seja pequenininha, dá prazer. O prazer de escrever, o prazer da escrita das palavras. Eu escrevo o rascunho várias vezes, e quando o passo a limpo mudo a palavra, repenso o livro. Como diz  Roberto Carlos, “são tantas emoções”.

Qual será seu próximo livro?
Tenho uma idéia de escrever sobre Cacumbi – uma tradição afro-brasileira. Já que escrevi sobre a tradição portuguesa (pão-por-Deus).

O encontro encerra-se com presentes à autora e pedidos de abraços, fotos e autógrafos.

PARABÉNS aos articuladores do projeto Clube da Leitura, Raquel e Francisco por mais essa contribuição marcante para a história de leitura daqueles que tiveram o privilégio de participar desse agradável encontro.

Nossos sinceros agradecimentos à escritora Eliane Debus por sua carinhosa visita e pela importante parceria com o projeto.













Um comentário:

  1. Que maravilhoso!! Com certeza muito enriquecedor! Parabéns à escola e ao Clube da Leitura por oportunizar que projetos como este estimulem a leitura em nossos alunos.

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